
"Batidas na porta da frente... É o tempo!
Eu bebo um pouquinho prá ter argumento, mas fico sem jeito, calado...
Ele ri!... Ele zomba do quanto eu chorei, porque sabe passar e eu não sei.
Num dia azul de verão sinto o vento, há folhas no meu coração... É o tempo!
Recordo um amor que perdi...
Ele ri!... Diz que somos iguais, se eu notei!? Pois não sabe ficar e eu também não sei.
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos, que amores terminam no escuro sozinhos.
Respondo que ele aprisiona...
Eu liberto!
Que ele adormece as paixões...
Eu desperto!
E o tempo se rói com inveja de mim, me vigia querendo aprender como eu morro de amor prá tentar reviver...
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer.
Eu posso, ele não vai poder...
Me esquecer!"
(por Aldir Blanc e Cristovão Bastos)